sexta-feira, 22 de julho de 2011

Não vale a pena ser “crente” de rótulo



Satisfação

Satisfação deve ser o anseio principal de todo ser humano. Seja para satisfazer a fome com um alimento delicioso, seja para alimentar a mente com informação interessante ou a alma com a certeza de que Deus abraçou-a, todos buscam o enchimento do vazio que incomoda.

“Abres a tua mão e satisfazes os desejos de todos os seres vivos” (Sl 145.16). O salmista sabe e declara que Deus é a fonte de toda satisfação. Ele providencia o que os animais necessitam e aquilo de que os seres humanos sentem falta. As aves do céu não tecem nem trabalham, porém o Senhor supre todas as suas necessidades. Não passam fome. Nem as criaturas irracionais andam ansiosas na busca pelos alimentos que precisam. Deus demonstra sua generosidade para com todos os seres vivos.

Qual então seria a razão da frenética procura humana pela satisfação, não somente pelo pão diário, mas de significado na vida? Uma das mais conhecidas frases de Agostinho explica esta inquietação pelo fato de Deus nos ter feito para si mesmo e nossas almas andarem ansiosas até encontrar satisfação nEle. Aqueles que descobriram o segredo deste contentamento em Deus teriam o maior prazer em anunciar a todo o mundo que há a mais completa e perfeita satisfação num relacionamento com Deus pela fé.

A maioria dos homens desconfia que esta afirmação não passa de propaganda. Tal como nos milhares de anúncios na televisão que tentam persuadir os espectadores de que os seus produtos realmente satisfazem mas são incapazes de preencher o vazio do coração. Pode ser que alguns, como crianças, se alegrem por poucas horas com os brinquedos que conseguem possuir, mas logo a dura realidade da insatisfação volta a invadir o interior.

Nós, que temos experimentado algo daquilo que Jesus chamou de vida abundante, queremos proclamar ao mundo inteiro que há alegria profunda e realização no momento em que Deus faz brotar a fonte da vida que jorra para a vida eterna. “Recebemos essa fonte em nossa alma quando confiamos totalmente nEle e entregamos nosso coração, e nossa vida, e nossas aspirações a Ele, o fiel Criador que não deixa insatisfeito nenhum anseio das almas que criou, que não deixa o amor morrer nem desapontar, por fim, os anseios por alegria, por perfeição, por luz e por conhecimento que Ele inculcou em nós e que fazem parte dEle mesmo, que é imortal” (A. Keary, Refrigério para a Alma, Shedd Publicações, 2005, p.220).

Como explicar a falta de interesse por parte da sociedade, em geral, de experimentar esta tão grande satisfação que tem origem na salvação? Creio que podemos oferecer duas possíveis explicações:
Primeiro, o coração humano rejeita, em princípio, um relacionamento com Deus mais estreito por causa do pecado que ali reside. Naturalmente somos inimigos de Deus; preferimos ser independentes do que nos submeter ao Criador e suas leis. Não é possível manter o coração pleno de nós mesmos e, ao mesmo tempo, enchê-lo de Deus e sua graça libertadora.

Em segundo lugar, olhamos ao nosso redor e vemos pessoas que nos dizem que possuem Deus, mas não demonstram sentir a satisfação esperada. A principal razão para a existência de incrédulos no mundo são os cristãos. Ser “crente” apenas de rótulo, sem demonstrar o fruto de uma vida de comunhão estreita com Deus, desmente a promessa de Jesus. “Tome sobre si o meu jugo, e encontrará descanso para sua alma”.
Estamos bebendo na fonte da cultura ocidental, a cultura do exterior, enquanto o interior murcha e morre. Disse Tony Mann, um sociólogo perceptivo: “Posso dizer a uma menina que o que vale é o que está acontecendo em sua cabeça e em seu coração. Mas quando ela liga a televisão, vê o que realmente importa: a aparência” (Os Guiness, Sete Pecados Capitais, Shedd Publicações, 2006, p. 220).

CONCLUSÃO
Que diremos ao chegar ao fim desta vida tão curta e limitada? David Brainerd disse: “Não teria vivido a minha vida diferentemente do que vivi por nada neste mundo!” Mesmo com todo o sofrimento que passou, não sentiu que os seus 29 anos foram desperdiçados na busca por uma satisfação ilusória. Será que poderíamos afirmar o mesmo?

Russel Shedd

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...