segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fazer tudo com a consciência limpa...



Servir a Deus

Paulo fez questão de afirmar que manteve uma boa consciência durante sua vida. Diante do Sinédrio, por ocasião de sua defesa, bem como diante do governador, Félix, o apóstolo declara que sua consciência era limpa. Escrevendo para Timóteo, disse que servia a Deus com a consciência limpa (2 Tm 1.3), enquanto esclarecia que o seu alvo em escrever a primeira carta para ele era promover um coração puro e uma boa consciência.

Parece que J. Tillotson estava certo; todo homem tem uma espécie de tribunal em seu peito que cumpre o papel de todos os componentes de um processo. O tribunal se chama “o tribunal da consciência do homem” e a grade perante a qual o pecador pára se chama “a grade da consciência”. Esta acusa e também apresenta o registro dos crimes cometidos, onde a memória os guarda.

A consciência serve de testemunha a favor ou contra nós, de onde surge a expressão “o testemunho da consciência”. É também o juiz que declara a lei, o que deveríamos ter feito ou não em casos particulares. Dessa forma, ela passa sua sentença, absolvendo-nos ou condenando-nos. A consciência tem todas as partes do tribunal espiritual, portanto deve ser altamente considerada.

Se não for instruída pela Bíblia e o Espírito de Deus, a consciência facilmente apresenta dificuldades. Ela nem sempre age de maneira confiável. Como um sentimento forte de culpa é tão desagradável e penoso, naturalmente buscamos uma saída que nos alivia. Procuramos justificativas culpando os outros, as circunstâncias e a fraqueza humana. Sempre nos agrada saber que poucos, senão muitos, agem da mesma forma que nós. A consciência fica mais tranqüila, ainda que no meio de muitos transgressores.
Pecados habituais endurecem a consciência, tornando-a insensível. Himeneu e Alexandre rejeitaram a boa consciência e naufragaram na fé. Demonstraram o perigo grave de acalmar a consciência com falsos argumentos e desculpas furadas. Mas não foram os únicos que perderam a corrida da fé.

Veja as palavras de Pedro acerca de alguns membros das igrejas que ele conhecia: “Se tendo escapado das contaminações do mundo por meio do conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, encontram-se novamente nelas enredados e por elas dominados, estão em pior estado do que no princípio”. O apóstolo continua declarando que teria sido melhor se não tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, depois de o terem conhecido, voltarem as costas para o santo mandamento que lhes foi transmitido (2 Pe 2.20,21). É óbvio que a consciência deles não foi suficientemente ativada pelo Evangelho. Abraçaram uma graça barata e não aquela que Paulo diz que ensina a negar a impiedade e as paixões mundanas.

Podemos afirmar que toda instrução bíblica na igreja tem a finalidade de criar uma boa consciência. Não seria ela um elemento fundamental da nova aliança profetizada por Jeremias, ou seja, algo que seria firmado com o povo de Deus na vinda do Messias? “Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: ‘Conheça ao Senhor’, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior, diz o Senhor” (Jr 31.33,34).

Acredito que todos têm uma consciência, mas quantos têm a lei perfeita, a lei da liberdade, escrita no seu coração? Quantos não precisam de uma consciência boa, cristã, que grita “não faça isso”, bem alto, no momento em que pensamos em dar um jeitinho desonesto? Se Deus nos deu a consciência como bússola, para nos orientar na escolha da direção certa, deveríamos prestar atenção a ela.

Os filhos genuínos de Deus são guiados pelo Espírito e pela consciência cristã. Daí a solene advertência de evitar contrariá-los. “Quando você peca contra seus irmãos, ferindo a consciência deles, peca contra Cristo” (1 Co 8.12).

Deus providencia para as suas criaturas, feitas à sua imagem, uma consciência, uma “tábula rasa” que, ao crescermos, absorve a moralidade da cultura. O certo e o errado, de acordo com todos os que contribuem para nosso desenvolvimento, serve de guia até o dia em que Deus graciosamente nos alcança com a verdade. Se aceitarmos a Palavra de Deus como nossa regra de fé e prática, sendo orientados pelo Espírito Santo, podemos agir e viver de boa consciência e agradar Aquele que nos comprou e almeja recriar-nos à sua imagem.

Russel Shedd

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