segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pratique o silêncio criativo



Nos meus primeiros meses nos Estados Unidos vivi uma crise marcante. A Escola tinha prometido uma bolsa de estudos integral. Nos meus cálculos, uma bolsa assim cobriria todas as despesas da família. Não foi desse jeito. A bolsa não incluía aluguel, nem alimentação. Em seis meses, o pouco dinheiro que eu levei acabou. Para piorar, a ajuda do Brasil não chegava.

Mantendo a calma, não mencionei o fato para minha esposa. Entretanto, com a escassez me denunciando, ela logo percebeu. Não havia como economizar mais nada. As moedas eram contadas e cada centavo passou a ter muito valor. Trabalhei arduamente em tarefas que nunca fiz antes; qualquer pequeno serviço era bem-vindo, fosse colhendo morangos, capinando um matagal, limpando casas, ou até mesmo apitando futebol. Cheguei a catar latas de alumínio para vender.

Não tinha cara para pedir ajuda aos poucos conhecidos. Sempre auxiliei muita gente sem ter que pedir socorro financeiro a quem quer que fosse, e não havia antes passado por tal tribulação. É certo que nos meus primeiros anos de casado, a pobreza foi grande, mas naquele tempo eu estava no meu país, e era bem mais fácil buscar solução. Numa nova cultura, eu não sabia como agir. Além disso, meu orgulho estava profundamente ferido. Não queria me abrir com os familiares e amigos do Brasil. Eu anunciei aos quatro cantos que Deus estava me enviando aos Estados Unidos da América; assegurei minha família que tudo daria certo e que o SENHOR supriria todas as nossas necessidades.

Sem saber mais o que fazer e sem ter a quem recorrer, fui para a Faculdade. Caminhei até a capeia e fiquei ali em silêncio. Aquele aconchegante e lindo lugar convidava ao descanso. Durante cinco dias, passei minhas horas livres naquele recanto de paz. Confesso que não fiquei todo o tempo de joelhos. Sentei-me sem saber o que dizer a Deus. Meus pensamentos estavam turbados demais para orar. Em outros momentos, aproveitei a solidão para me deitar sobre um dos bancos, chegando a cochilai por alguns instantes tal era o cansaço. Mesmo quando tentava cantar, o hino desaparecia da minha mente. Por horas, fiquei ali quieto, olhando os vitrais coloridos, sem esboçar uma única palavra ou reação.

No quinto dia, quando tudo parecia acabado e o sentimento de desistência crescera dentro de mim, algo aconteceu. Uma voz interior me trouxe alento dizendo: "Vá até o diretor financeiro e converse com ele". Relutei comigo mesmo, mas o que eu teria a perder? Eu já havia atingido o fundo do poço e a situação não poderia ficar pior. Tomei coragem, dirigi-me até o escritório de Randy Philips que prontamente me recebeu. Com um aceno de cabeça e estendendo sua mão, ele me convidou a sentar. Sentei-me e derramei meu coração.

Depois de ouvir-me atentamente, Randy perguntou: "De quanto você precisa?". Demonstrando embaraço, respondi: "Trezentos dólares". Surpreso, Randy perguntou: "Só isso?". E continuou: "Silmar, pelo jeito você não sabe, mas cada aluno possui uma conta na tesouraria e você também tem uma. Desta conta, você pode sacar o que precisar para as despesas com a escola e emergências. Como você nunca sacou nada, você tem um saldo de três mil dólares; farei um cheque imediatamente".

A solução para a crise estava a minha disposição todo o tempo. Eu estava muito preocupado para encontrá-la; ansioso demais para vislumbrar a saída. No momento que busquei a Deus, mesmo em silêncio, sem saber muito bem o que dizer, Deus iluminou minha mente, dando-me coragem para buscar ajuda.

A adversidade desperta em nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado adormecidas (Horácio).

CONCLUSÃO

ESPERE UM MILAGRE

A distância entre um sonho e sua realização é bem menor do que você imagina.
Qual é seu problema? Qual é o tipo de crise que você atravessa? A dificuldade é com saúde, negócios, filhos, casamento ou futuro? Você experimenta problemas emocionais, financeiros, matrimoniais, físicos ou espirituais? A espécie de crise que você vivência não faz diferença. Não se desespere, nem fique deprimido. Não sofra de pânico ou estresse. Nem tente tão freneticamente resolver a anormalidade.
Seja qual for sua crise, pense grande, não se abata, aprenda com os erros, alargue os limites, controle a ansiedade, não perca a coragem, mantenha a presença de espírito, acredite em você mesmo e cm seu potencial, e acima de tudo busque a Deus. O impossível pode ser conquistado. Sua maior vitória ainda está por vir.

Deus conserta o coração partido se lhe dermos os pedaços (Edwin Stanton).

Ainda que você não possa mudar todas as coisas, existem muitas outras que você pode transformar. Comece com as pequenas coisas. Cada minúscula conquista lhe dará novo ânimo para continuar tentando, até transformar coisas maiores.

Não poder mudar tudo não é motivo para não mudar nada (Bob Pierce).

Você não pode alterar seu passado, mas as páginas do seu futuro estão completamente brancas. Comece a escrevê-las agora mesmo. A partir de você toda a sua geração será transformada. Você é a semente que vai gerar nova vida. É o precursor e o ponto de partida de um novo amanhecer.

Trabalhe duro e espere um milagre. Nós faremos o nosso melhor; Deus fará o resto (Cam Wycliffe).

Silmar Coelho é conferencista internacional, nas áreas de família e formação de líderes. Doutorou-se em teologia e liderança na Universidade Oral Roberts, EUA. É autor de vários livros e participa regularmente de programas de rádio e televisão. Mora no Rio de Janeiro com a esposa, Janice, e os quatro filhos.

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