terça-feira, 12 de abril de 2011

Para que serve o Evangelho?


Somente membros mais novos ou de pouco contato com a igreja não sabem que a palavra “Evangelho” significa “boas novas”.

Mas que boas novas são estas que uma grande porcentagem da população desconhece ou não valoriza? Por que a mídia, tão comprometida em reportar notícias que interessam ao público em geral, não dá importância a estas boas novas? Se boas novas não visam ao público geral, seriam boas novas apenas para membros de igrejas evangélicas? São boas notícias para quem?

Seriam boas novas para o jovem que vai para um motel acompanhado de uma moça bonita que não é a sua esposa? Seriam boas novas para o estudante que pensa que colar na prova abrirá a porta para um excelente emprego, com vantagens financeiras e amplo potencial para logo virar um executivo?

Boas novas são aquelas notícias que animam a esperança do cristão viciado pelas delícias encontradas nos sites da internet ou nas revistas pornográficas? Seriam boas novas para o membro da igreja que se autocongratula pelo sucesso que alcançou denegrindo o pastor que não tem o dom da oratória? Maledicência teria apoio no Evangelho?

Jesus e os escritores do Novo Testamento afirmam que o Evangelho refere-se às “boas novas do Reino”. Marcos, no início do seu Evangelho, identifica Jesus como o primeiro evangelista. Disse: “O tempo chegou, o Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam no Evangelho” (1:15).

Erramos gravemente se abraçamos uma compreensão do Reino como uma fonte inesgotável de benefícios e vantagens, mas ficamos em silêncio acerca das exigências do Reino.

Seria um Reino em que é desnecessário se submeter ao domínio do Rei. Uma ilusão imaginária pode se apoderar das mentes daqueles que acham que o Evangelho da graça de Deus não exige nenhuma mudança mais radical do que crer que Jesus Cristo tomou nosso lugar na cruz, que Ele pagou a dívida de nossos inúmeros pecados e transgressões das leis do Reino.

Conseqüentemente, somos livres. Cita-se Romanos: “Não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.”

Não havendo condições de desistir de pecar, seria natural concluir que nossa fraca resistência contra a tentação nada adianta. O esforço para viver de modo santo produz apenas um farisaísmo vaidoso. O dilema de receber a graça que perdoa todos os nossos pecados passados, presentes e futuros, mas ao mesmo tempo exige um esforço sério para buscar a santidade (Hebreus 12:14; 1 Pedro 1:15-16), nos leva a considerar a natureza do arrependimento bíblico.

Arrependimento (metanoia) quer dizer literalmente, “mudar de mente”, “transformar a maneira de pensar”. O casamento ilustra o significado desse termo bíblico. Uma jovem se apaixona por um jovem. Os dois decidem noivar e casar. O desejo sincero da moça é de agradar o noivo e depois o marido. Antes de conhecê-lo, queria satisfazer sua própria vontade, agradando apenas a si mesma. Mesmo que seja inevitável que surjam ocasiões em que ela magoe seu marido, o amor genuíno não terá prazer algum em manter o conflito. Pedirá perdão e restabelecerá o convívio da plena comunhão.

O Evangelho providencia um relacionamento com Jesus Cristo de amor e submissão. Todo amor que não reconhece o senhorio de Jesus não passa de egoísmo batizado na graça barata. Mas submissão sem amor não passa de legalismo farisaico. As boas novas que Jesus anunciou abriram a porta do céu para pecadores porque “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos”. Embora sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus seria algo a que devia apegar-Se... humilhou-Se a Si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus

O exaltou à mais alta posição... (Felipenses 2:6-9). A submissão de Jesus apresenta o modelo perfeito para a submissão de todos os cristãos ao Senhor Jesus.

CONCLUSÃO

A salvação que Cristo operou pela Sua morte substitutiva cancela toda a culpa do pecador. Tomou sobre Si o castigo que nossos delitos merecem. Porém perdoar sem transformar multiplica a maldade. Apóia o pecado. Um governo poderia anunciar boas novas, decidindo derrubar todas as prisões, libertar todos os presos e dispensar todos os policiais. Seriam boas notícias para criminosos e corruptos, mas um péssimo “Evangelho” para a sociedade como um todo.

Boas novas de verdade trazem a força do amor constrangedor de Deus. Diminui o prazer de pecar, aumenta a alegria de obedecer. Deus nos prepara para gozar da eterna intimidade com Ele. Não convém agir sem se importar com o que O agrada.

Russell Shedd

Extraído do site: www.revistaenfoque.com.br/index

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