sexta-feira, 15 de abril de 2011

Somos pressionados a pensar secularmente



Pense cristãmente

A maneira de pensar reflete a realidade do caráter do indivíduo. Passivamente guardamos as memórias que compõem a estrutura do nosso passado.
No presente, nos confrontamos com os prazeres e as preocupações do momento, enquanto percebemos o futuro como uma teia de possibilidades, boas e más. Com nossa mente, tentamos discernir quais as escolhas mais vantajosas e agradáveis. Não queremos pisar errado ou cair na cova.

Creio que Paulo sabia que a responsabilidade de não se amoldar ao padrão deste mundo por meio da renovação da mente seria vantajoso, pois poderíamos experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2). Mas não é possível renovar a mente sem mudar a maneira de pensar. Temos de repensar ou reinterpretar as memórias, experiências e avaliações.

A maneira de pensar secular exclui uma avaliação cristã. Alguns dos meus leitores certamente estão arrependidos a respeito do casamento que contraíram. Se pudessem voltar atrás e escolher novamente, tomariam outro rumo. Escolheriam uma pessoa mais maleável ou mais determinada, mais espiritual ou mais submissa. A proliferação de divórcios, mesmo entre evangélicos, confirma um número crescente de casados que escolheriam um cônjuge diferente.

A maneira de pensar cristã não admite a conclusão de que Deus não participou de nossas escolhas. Se Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que O amam e foram chamados de acordo com o seu propósito, não é possível concluir que o casamento pode ou deve ser desmanchado porque Deus não teria unido os noivos. A declaração de Jesus “O que Deus uniu, não o separe o homem” nega a possibilidade de que haja casamentos em que Deus não tenha unido os parceiros.
O modo secular de pensar vê acidentes de trânsito como mini ou maxitragédias. O acaso ou o azar alcança suas vítimas aleatoriamente. O pensar cristão interpreta os acidentes como atos de Deus, cujos propósitos são benéficos, muitas vezes escondidos.

A maneira de pensar mundana não se restringe aos mundanos. Todos somos tentados e pressionados a pensar secularmente. O mundo me ensina que ficar endividado não faz mal se pretendo pagar honestamente meu compromisso. Deus nos diz: “Não devam nada a ninguém”. Spurgeon, dominado pela maneira cristã de pensar, escreveu: “A dívida é tão degradante que se eu devesse uma moeda a alguém andaria uns trinta quilômetros no período mais frio do inverno para pagá-lo, antes de sentir-me endividado.

Eu ficaria mais confortável com ervilhas nos sapatos, ou com um ouriço em minha cama, ou ainda com uma cobra nas minhas costas do que com contas da mercearia, da padaria e da alfaiataria pairando sobre minha cabeça. A pobreza é difícil, mas a dívida é horrível; é melhor um homem ter uma casa enfumaçada e uma esposa resmungona, considerados os dois piores males da vida, do que ter dívidas” (Sabedoria Bíblica, Shedd Publicações, p. 67).

A DIFERENÇA ESSENCIAL

Qual seria a diferença entre as duas maneiras de pensar? Creio que o fundamento de tudo reside no fato de que o modo de pensar secular não prevê um futuro além desta vida. Se tudo acaba no cemitério, não haveria necessidade de mudar o pensamento secular para o cristão. Seria razoável escolher o que nos parece o caminho mais agradável, compensador, e evitar tudo o que nos causaria sofrimento e mal-estar físico ou emocional. Sabedoria mundana seria planejar nossa vida para tirar dela as maiores vantagens e alcançar os valores humanos mais preciosos.

A diferença entre pensar cristãmente e mundanamente se nota, em particular, no fato de que o cristão acredita no pecado como um crime contra Deus. O homem secular não tem a categoria bíblica para avaliar um ato ou pensamento como pecaminoso. Ele crê que há muitos males no mundo, crimes contra a humanidade. São atos que prejudicam os outros e são condenáveis. Devem ser evitados para que se crie uma sociedade mais harmoniosa e alegre. Mas não há necessidade de achar que algumas ações e escolhas são pecaminosas simplesmente porque Deus assim as declara e um dia as julgará.

A mente cristã deve procurar pensar cristãmente sobre tudo, inclusive assuntos e eventos seculares. O cristão vive no mundo, porém se comprometeu com o senhorio de Jesus Cristo. Sua cidadania é celestial. Seu destino é o paraíso futuro.

Russel Shedd

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